Teobolt puxou o cachecol mais perto do rosto. O vento esfriava com o fim do dia.
As montanhas altas lançaram sombras por todo o caminho. O caminho serpenteante percorrendo a encosta. Algumas casinhas ao longe. Plantações e hortas no vale lá embaixo. Um caminho quase que recortado da rocha.
As montanhas, se estendendo altas e firmes acima. O som de um rio lá do vale, abafado pela distância. Camponeses cruzavam a trilha e acenavam com a cabeça para Teobolt. Alguns carregavam pesadas sacolas cheias de milho, outros levavam crianças de olhinhos brilhantes pelas mãos. Um som de flauta, em algum lugar. O entardecer caindo.
Terras inexploradas à toda volta. Cidades de pedra se erguendo gloriosas nos penhascos, deuses emplumados observando do alto dos picos de gelo, o sorriso dourado do jaguar no fundo do jângal.
Teobolt passou por uma pequena vila, por uma igreja cujos sinos tocavam, por uma ponte sobre um riacho e uma velha senhora trazendo de volta o que não foi vendido na feira.
A sombra das montanhas se avolumava e o ar ficou mais frio e rarefeito.
Ele as conhecia. As montanhas e seus caminhos não eram segredos para Teobolt. Cada estrada de terra, cada pequena rota feita ou ainda inexplorada se mostrava sob seu olhar; Se desenrolava preguiçosamente pela encosta das montanhas, se encontrava, se afastava, seguia outros montes, seguia o rio, subia aos céus, onde morava o condor. Os olhos do viajante nada perdiam.
Seu lar era ali, na Cordilheira, junto às grandes montanhas do mundo.
Em algum lugar uma flauta tocava...
quarta-feira, março 29, 2006
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3 comentários:
Eu gosto do Teobolt.... Ele me lembra vc =D
Eu não sei quem é o Teobolt... porque você nunca me disse.
Ah, eu quero ir pro Peru!
o/ passei por aqui
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