quinta-feira, setembro 27, 2007

Um sonho!

Até ontem eu vinha sonhando com coisas banais, como preencher formulários, escolher meu almoço, cumprimentar visitas, ouvir conversas normais de adultos. Mas hoje eu voltei, finalmente estou sonhando coisas... interessantes.
Pois bem, se não se importam eu vou contar meu sonho. Para começar, o cenário: era um prédio da Marinha, ou seja, do Governo, parecia uma escola. Tinham várias salas e cartazes pendurados na parede, como se fosse feito para agradar mas era administrativo demais. No meio, uma escada de madeira quadrada que levava a outros andares iguais.
Chato? Nem um pouco. Uma das portas dava em uma igreja - de cor marrom clara, muito simples, sem ídolo ou símbolo nenhum - cheia de pessoas que vieram celebrar o casamento da Camilla com o Artur. Pois é! Engraçadíssimo, não? Mas o melhor de tudo: eu e a Clara éramos piratas. Bom, eu digo Clara, mas não era propriamente ela, por assim dizer. O ente que representava a Clara no meu sonho era uma mulherzinha normal empurrando uma cadeira de rodas onde se sentava uma velhinha pequenininha e enrugada de cabelos clarinhos e bracinhos tortos. Isso era a Clara. E ela era uma pirata.
Em um certo momento, eu me entediei da festa e sai para explorar o prédio da Marinha. Fui andando, desci as escadas e cheguei no último andar. Só que tem um problema: eu sonhei esse sonho duas vezes. Na primeira, meu despertador me acordou, mas como eu estava me divertindo muito no sonho, dormi de novo e sonhei a segunda versão dele. Não me lembro muito bem da primeira versão, que consistia na minha exploração pelo prédio, então vou contar a segunda, sobre o que eu achei no último andar. Se bem que as duas versões do sonho terminam do mesmo jeito...
Bom, no último andar eu havia me transformado no Capitão Gancho. E encontrei um salão de eventos da Marinha com um cartaz-boneco de seu novo personagem de marketing: o Capitão Paroot (era um trocadilho com a palavra Parott [papagaio, aquele que fica no ombro dos piratas] só que a ênfase da palavra estava no O, que se lia como U [parut]). Aparentemente, os funcionários da marinha estavam tentando atrair as crianças com um personagem que representava os piratas bonzinhos e politicamente corretos [ao que parece, nesse sonho eram possíveis existirem piratas da marinha, que agiam em nome da empresa governamental]. Eu e meu bando de piratas (sim, surgiram acompanhantes) ficamos muito bravos com essa imagem boba do Capitão Paroot. Mas não tivemos tempo de fazer nada, pois vinham descendo soldados pela escada. Eu, o Capitão Gancho, fiquei parado feito estátua, e os soldados pensaram que eu era mais um dos cartazes de papelão espalhados pela sala.
- Olha só, são os bonecos da nova campanha. - disse um dos soldados.
- Vejam esse - disse outro, me apontando.
- Hehe, parece que (e essa frase estava em inglês no meu sonho, não sei por que) Captain Hook will defeat Paroot.
Também não entendi, deve ser uma dessas frases de sonho malucas. Fiquei repetindo essa frase o dia inteiro, ela é curiosa.
Soldados iam e vinham, mas eu não queria me mexer porque não valia a pena me entregar por isso. Mas então, ai ai ai... Eis que desce da escada o Ronald McDonald. E eu me lembro claramente de pensar no sonho: ah não, esse eu não vou deixar escapar. Peguei meu sabre e enfiei direto na barriga do palhaço. Fui muito rápido e matei o Ronald McDonald com um só golpe. Mas os soldados (que pareciam mascotes de times de futebol americano, aquelas fantasias de bichinhos) começaram a dar o alarme então eu tive que capturá-los e depois trancá-los no banheiro feminino. Um dos soldados estava bravo e não queria ser capturado, por isso ficava me beliscando como a Lorena faz às vezes. Na verdade, eu tenho uma suspeita de que esse soldado da Marinho fosse mesmo a Lorena... Só que não paravam de entrar pessoas no banheiro e eu tinha que segurá-las todas lá, ou iriam me dedurar e prender.
Uma hora, a parte mais feliz do sonho, eu desisti e saí correndo. Já haviam milhares de soldados afluindo de todos os lados do quartel-general/escola quando eu e a Clara (lembra da moça levando a velhinha na cadeira de rodas?) entramos de volta na igreja, bem na hora do casamento da Camilla com o Artur começar. Agora vários soldados invadiam a cerimônia e prendiam nossos companheiros piratas e a bagunça começava. Eu e a Clara nos colocamos logo atrás dos noivos (o lugar originalmente reservado para nós, já que éramos os amigos favoritos deles) e na frente da longa fila do séquito matrimonial (aparentemente nesse tipo de casamento todos na Igreja se enfileravam atrás dos noivos. Os soldados da Marinha entravam e entravam sem parar, e os piratas fugiam e gritavam e faziam a maior zona enquanto eu e a Clara disfarçávamos na fila, como se não soubéssemos o que estava acontecendo.
- Ah, que casamento bonito - eu falei, olhando para os lados, para cima, "distraído"- Adoro casamentos, sempre em emocionam.
Quando o Artur e a Camilla chegaram no altar lateral (vazio, só uma "estante" na parede) saíram correndo por causa da bagunça que estava o casamento e fugiram. Eu e a Clara, que seguíamos cada passo deles demos um passo à frente, para preencher o vazio. Então nos olhamos e percebemos que estávamos um do lado do outro, de frente para o altar. Fizemos "Ah!" assustados e demos um passo juntos para trás, nos divertindo muito.
No final, acho que eu seria capturado, mas não era o importante. O importante era que estava me divertindo muito me escondendo dos soldados no meio do casamento. Foi legal, foi bem legal...

terça-feira, setembro 25, 2007

Ufa!

Cara, como estou cansado.
Carreguei meu quarto inteiro para o novo apartamento. Nunca pensei que tivesse tanta coisa! E coisas que pesassem tanto. Se algum dia precisar fugir de um exército invasor, já sei que vou deixar muitas coisas para trás. Não sei, às vezes isso não parece ser um problema. É bom deixar coisas para trás, ficar leve.
Ufa! Nem consigo mover meus braços! Agora eu finalmente entendi aquele episódio de Doug em que ele faz tanto exercício que depois não consegue levantar nem mesmo um pedaço de papel. Sempre me perguntava como aquilo funcionava, mas agora... Agora eu entendi!

sexta-feira, setembro 14, 2007

Floating


Os viajantes desceram do céu, calmamente flutuando sobre um pedaço de terra que, recém-perdidas suas capacidades voadores, paira, seguindo uma lenta linha reta até o chão, suave como uma pluma, mas firme, talvez como um balão.
A vista que se mostra de seu veículo celeste é ampla e incomparável. Miúdos animais se movem lá embaixo, na beira de um vasto rio que daqui de cima é somente um laço abandonado sobre a terra.
- Olhem as manadas, parecem formigas! - Zapper apontava, inclinado perigosamente sobre a borda do pedaço flutuante de terra - Nunca pensei que fosse ver os elefantes pequenos, ou que houvesse uma vista tão bonita assim.
- Dá pra ver até as montanhas do leste - disse Teobolt - Pelo visto, vamos cair mesmo nas Terras Baixas. Estamos flutuando em linha reta para aquele rio.
- Haverão monstros, como nas histórias? - perguntou Myshba, e com razão: as Terras Baixas estavam proibidas para qualquer humano das planícies, por causa de seus animais terríveis, doenças fulminantes, homens selvagens e criaturas nunca antes imaginadas, a não ser em pesadelos.
- Tenho medo do que espera lá embaixo - admitiu Mellock - Será mesmo seguro? Não há como desviar nossa rota?
Alguns negaram com a cabeça, outros olharam em volta. Após a borda da rocha flutuante - ou antes, desflutuante, que caía devagar - estava o abismo, a queda branca por entre as núvens. Os viajantes não tinham coragem de mexer no chão em que pisavam assustados, temendo acelerar a queda ou mesmo quebrá-lo em torrões menores e, esfacelados, caírem, caírem, caírem...
- Bobagem! - riu Zapper - Não há nada disso lá embaixo! As Terras de Manuió são minha casa, não há monstro algum, nem perigos ou criaturas assustadores . Lá só existem rios e planícies, com um mato tão alto que as crianças podem andar sem serem vistas. Na minha aldeia moram caçadores tão bons que podem farejar animais como um abutre ou seguir a trilha de ratos através dos lagos. Meu pai é um deles. E Akane. Será que podemos passar na minha casa? Já que estamos aqui, já que estamos descendo?
Karyn concordou alegre - Não será nenhum problema. É bom ter algum amigo quando se chega em uma terra desconhecida. Mas tenho que lembrar que nós temos uma missão - disse, levantando um dedo e usando sua voz responsável.
- Sim, sim! Eu disse que iria ajudá-los, não disse? Quem sabe o próprio Akane não seja o próximo escolhido que vocês estão procurando? Ele já enfrentou um rinoceronto, cara a cara, sabiam?! E sabe falar a língua dos macacos, pescar com as mãos e ler as estrelas.
- Talvez as Terras Baixas não sejam tão assustadoras quanto pensávamos - disse Neyleen, olhando a savana distante se aproximando - Como você as chamou? Terra de Manuió? As montanhas são lindas, e os animais parecem incríveis. Olhem aquele bando: estão indo até o lago beber. Impressionante podermos ver tudo daqui de cima.
O naco de terra em que flutuavam deu um solavanco e inclinou ligeiramente de lado.
- Fiquem neste lado - disse Hoshy - É mais seguro por aqui.
Um vento soprava do oeste enquanto desciam um pouco mais rápido.
- Acho que a força que o sustentava está se extinguindo de vez - disse Mellcok assustada - Não tem como segurarmos um pouquinho, ir mais devagar?
Karyn balançou a cabeça, de cima para baixo, como se dissesse "sim", mas depois de um lado para o outro enquanto mordia os lábios, como se dissesse "mas será difícil". - Vamos esperar que ele fique mais rápido.
Agora viam a curva do rio para onde estavam flutuando. Um embondeiro imenso esticava seus galhos verdes (era verão!) e sombreava a paisagem.
- Estamos chegando, está cada vez mais perto! - disse Zapper, com mais felicidade do que medo, pois voltava para casa, para a terra marrom que conhecia, para os sons de pássaros familiares e o cheiro que tinha o capim na estação chuvosa.
O vôo começou a se tornar uma queda. Karyn falou uma palavra mágica e segurou o naco de terra. O oeste se cobriu pelas nuvens e o horizonte subia cada vez mais perto.
Como pássaros, os viajantes chegaram do céu. O pedaço de terra flutuante ganhou cada vez mais velocidade apesar do esforço de Karyn, mirou próximo a curva do rio e ao embondeiro e caiu, se esparramando no chão. Com o choque, se quebrou em vários pequenos torrões e sumiu do mundo o pedaço de terra que flutuou desde o céu. Os viajantes voaram e caíram na grama, rolando pela savana amarelada, desnorteados e tontos. Zapper se levantou de pronto, recomposto e feliz, e aspirou o cheiro que sabia desde criança.
- É daqui que eu vim! - exclamou.

quinta-feira, setembro 06, 2007

Azul
Bianca
Chama
Decamerão
Eco
Folha
Gino
Herói
Índigo
Jardim
Kate
Lira
Maria
Nadia
Orlando
Papanui
Qan

terça-feira, setembro 04, 2007

Elementos de uma história

Vamos contar uma história que tenha...

- uma missão
- um cheiro característico de tempestade
- um conhecido e aguardadíssimo...
- um irmão, que tentou de tudo.
- aprendizagem
- o resto da marca,
- mentiras e frutas coloridas
- nossa casa.