Um barulhinho sobresaltou-a. Neyleen virou a cabeça assutada, olhando a trilha escura. Qualquer coisa podeia fazer a curva no próximo instante e chegar até a pedra onde ela se apoiava.
Ergueu-se devagar, ouvidos atentos, captando todos os sons da mata: os grilos no capim, o ruído deslizante do riacho, a coruja e outras aves noturnas... À noite toda uma sinfonia particular era ouvida na floresta - diferente da diurna, mais barulhenta e animada.
Neyleen resolveu se levantar e caminhar mais um pouco pela trilha de terra. A noite era abafada sob a canópia vegetal.
Uma cigarra gigante cantou, um sapo pulou na água. Neyleen estremeceu devagar pensando nos monstros que poderiam estar à espreita; lembrava-se nitidamente das histórias que as outras garotas contavam quando era pequena, sobre criaturas terríveis que devoravam crianças ou as raptavam. Os ogros, bruxas e cavalos-fantasmas de sua infância voltavam agora na mata escura, espreitavam-na de trás das árvores e pelas raízes salientes, apenas esperando por uma chance de capturá-la.
Neyleen começou a ouvir mais barulhos e apressou o passo. Agora os sons estalados se transformavam em vozes e as vozes se fundiam em uma conversa.
sexta-feira, dezembro 22, 2006
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