terça-feira, abril 24, 2007

Volumes 61/62 - Eu estou aqui!



Finalmente chegou! Será que foi só impressão minha ou demorou bastante? Que espera torturante!
Em primeiro lugar, vamos falar dos erros: parece que a Conrad odeia os leitores de One Piece. Aumenta o preço sem melhorar em nada a revista. A capa está feia (e olha que é uma das capas mais bonitas de todas) com a cor "borrada" e tem um risco esquisito do lado da boca do Norland. Enfim. Alguém lá não deve saber direito como fazer seu trabalho.
Mas a edição é muito boa! Tem um flashback de Jaya com o Calgara e Norland sendo grandes amigos. Aparece o altar de sacrifício antigo (onde o Going Merry foi parar muuitos anos depois), o Norland trazendo para a ilha a fruta dura que a Conis vai mostrar como se come, e a cobra bebezinha!!! As coisas eram engraçadas antigamente...
Parece meio ruim - para um historiador pelo menos - uma cultura interferindo na outra: os homens do Norland introduzindo o progresso na tribo dos shandians. Como me lembra muito a conquista espanhola da América, me parece errado, como se eles não devessem interferir e destruir a cultura alheia. Só que, por outro lado, a doença e os sacrifícios terríveis não poderiam continuar. Como é difícil analisar o passado! Ao mesmo tempo, como cientistas, não podemos tomar partido; mas, como humanos, é impossível ficar impassível diante de certas coisas. Ainda bem que One Piece não é um documento histórico, mas sim uma história sobre dois caras muito fortes que ficaram grandes amigos! Nesse caso não dá para não concordar com o Norland em salvar o Moose (alce?) do sacrifício!
Vamos ouvir o sino de ouro tocando e dizendo: "Eu estou aqui".

domingo, abril 15, 2007

Velharias no porão

As coisas mais antigas que eu vejo tem um cheiro estranho. São meus passados conjugados e irreconhecidos; abandonados com o tempo que passa.
Para que servem agora?
O que é o mundo tem muitas caras.

Sal do mar

.
- Acho que estou enlouquecendo. Sinto no cheiro da chuva o inegável sabor de maresia, apesar de toda a distância que nos separa do mar.
- Eu também o sinto - confirmou Hoshy - Parece que chove água salgada.
- Mas será que o mundo se inverteu? - continuou Fren.
- Ou foi Nzuzu, a Mãe-D'Água que resolveu falar conosco. Que mensagem será desta vez? Com que carícia ela nos conforta?
- Com o cheiro do mar ela fará de nós pescadores. Ou marinheiros.
- O que esperamos? - perguntou Mizudinie, ali ao lado. Espreguiçou-se na cadeira de madeira e sentiu a chuva cair do lado da varanda.
- A chuva veio nos buscar - disse Fren balançando a cabeça.



"E lá vai o nau, serena
cruzando mares sem fim
e praias e sóis e nuvens
e nuvens de tempestades
trovões raios ribombares
e lá vai o nau constante
lá vão velas dez velas infladas
por vento meso-oceânico
e vinte homens do mar
e imensas marolas negras
fazem dançarem seus mastros
sobre a imensidão do céu
e lá vai a nau, dançando
procura o próximo porto
e um homem no cesto da gávea
ouve a gávea panejar
cumprimenta um albatroz
mas não avista gaivota
e o homem no cesto da gávea
já não limpa o sal do rosto
e sussurra pro nevoeiro
mais mar, mais mar, mais mar."


E de repente solidão.
?
- Não!
A chuva vem a nós todos, nos molha e nos faz rir.
Quantas vezes não pensamos ser lindo o mundo? O coração é mestre em escapar das gaiolas.
Pour la mer, captain

- A chuva vem nos buscar