quinta-feira, maio 31, 2007

O Mistério da Máscara Javanesa - Parte 2

- Parece que vocês estavam se divertindo bastante neste fim-de-semana - comentou Desmond na varanda principal - É uma bela casa, sem dúvida. Lord Hugo era um sortudo por poder custear uma propriedade no campo como esta.
John Locke, o misterioso e calado homem careca, sorriu de volta. Estavam os dois sentados, sozinhos na varanda, observando as belas árvores do chamado countryside inglês. Ah sim, pensou Desmond, a verde e aprazível Inglaterra. Belo lugar.
- Foi um adorável fim de semana - concordou Locke - Uma pena que terminou assim.
- Claro, - concordou o detetive - Porque matar a galinha de ovos de ouro, certo? Acha que mataram o pobre coitado por algum motivo? Raiva, vingança pessoal?
- Tudo acontece por um motivo, senhor investigador.
John Locke sorriu misteriosamente, olhando-o de soslaio. Desmond não conseguia se sentir confortável com um cara desses por perto. Muito metido a sabido para o gosto dele.
- Então você concorda que foi um de vocês que pôs uma bala na cabeça de seu anfitrião?
- O assassinato de Lord Hugo foi infeliz e terrível e não vejo razão em um ato tão negro. Eu realmente espero que você consiga alguma resposta para sua busca. Mas saiba que está mexendo em território perigoso.
- Acha que o assassino pode vir atrás de mim? - zombou o confiante Desmond.
- Não é disso que estou falando. Como eu disse, tudo acontece por um motivo. O assassinato de Lord Hugo foi o sacrifício que este lugar exigiu. Você não pode sentir no ar e nas árvores? Este é um lugar especial, cheio de significados. Ninguém constrói uma mansão dessas e sai impune.
- Acha que os espíritos ficaram zangados?
- Acho que a morte é o Destino de todos nós. Não sei se vale a pena investigar mais a fundo: sinto que somos inocentes.
- Talvez o senhor Locke acha melhor que eu interrogue aquele carvalho ali. Ou então, espere! Acho que vi uma raposa suspeita circulando a paisagem.
John Locke sorriu de volta.
- Só estou dizendo que este lugar não é normal.
- Eu que o diga - disse Desmond - Mataram o pobre Hugo com um tiro na cara. O que houve aqui foi um ato sórdido cometido por alguma pessoa. Se ele é o sacrifício exigido pelo seu sucesso, então me diga mr. Locke, quem foi o executor deste ato? Quem puxou o gatilho em nome do ritual?
O homem careca olhou ao seu redor. Procurando alguma resposta, pensou Desmond com raiva.
- Eu não sei - disse por fim John Locke.
E Desmond foi embora.

Lady Littleton estava preocupada, abanando o leque apressada para se sentir melhor. Ao seu lado, Desmond observava suas reações enquanto conversava com Miss Austen, uma americana muito bonita, chamada pelos outros de Kate apenas.
- Foi terríver, todos nós sentimos falta dele - concordou Miss Austen enquanto Lady Littleton afogava um choro. - Não consigo imaginar porque fariam isso. Quer dizer, todo mundo pensaria imediatamente no dinheiro, mas não acho que Lord Hugo teria deixado especificamente algo para nós, ou mesmo se lucraríamos com sua morte. Não há razão para matarem alguém como ele.
- Ele sempre me fazia rir... Quando estávamos tristes e desesperados, você sabe...
- Eu entendo, Miss Littleton - disse Desmond, observando muito mais do que devia.
- Pode me chamar de Claire - ela pediu. Uma moça tão delicada, tão simpática! Seria impossível que ela fosse a assassina fria e cruel.
- Neste caso, Miss Kate Austen - prosseguiu Des na conversa - Qual você acha que seria o motivo?
- Eu não sei. Mas se quiser ouvir o que eu penso... - enquanto ela se inclinava para mais perto do detetive para falar, Desmond pensou ter visto um gesto de aviso vindo do médico, encostado na parede da saleta. Bruscamente, Kate parou de falar e voltou a posição normal - Me desculpe, eu não deveria ter dito nada. A verdade é que eu não acho justo que alguém tenha acabado com a vida de um grande amigo nosso.
Foi um gesto tão rápido, tão simples. Que tipo de ordem o Dr. Jack teria dado a Kate para que ela se calasse? Alguém estava enganando Desmond, e ele não gostava nada disso.
Lady Claire Littleton recomeçou a chorar baixinho e Kate Austen dedicou-se a consolá-la. Desmond olhou com suspeita para o médico e voltou-se para a doce garota:
- Não se preocupe, minha querida Lady Claire. Eu prometo que pegarei esse assassino, e que ele terá o que merece.
- Muito obrigado senhor detetive. Só de pensar que ele pode, que ele... é um de nós! Tenho medo do que pode acontecer.
- A polícia cuidará de tudo. Você está mais segura aqui do que em qualquer lugar.
Desmond fez uma reverência e se dirigiu para a sala de piano. No caminho, Miss Kate interceptou-o com um gesto de dúvida:
- Senhor Hume, gostaria de fazer uma pergunta.
- Mas é claro, estou às suas ordens.
- O senhor vai mesmo encontrar o assassino? Ou será que costuma sempre dar falsas esperanças para todas as damas que encontra.
- Eu acredito em minha capacidade.
- Então, por favor, resolva o caso.
Kate se virou para voltar até a sala de estar quando Desmond replicou:
- E qual é o se interesse nisso?
Ela sorriu para ele e foi cuidar de Lady Littleton.

2 comentários:

Anônimo disse...

UHhhhhhhhhhh
qro mais mais mais mais =D
\o/

Utak disse...

^^! que mistério interessante...
continua! :D