quinta-feira, agosto 17, 2006

Raiva

Quero destruir uma porta. Quero destruir uma esperança.
Quero te mostrar o céu.

Só que sempre me esqueço que a cidade cobre o seu céu com suspiros, barulho e fumaça.
"Muito cedo em minha vida ficou tarde demais."

É doloroso demais suportar a existência.

Eu realmente queria fazer alguma coisa pelas pessoas. Realmente.
Algo além de estar aqui.
Queria poder te tirar daí, onde é escuro. Não como príncipe encantado, nem como herói ou personagem. Como gente. Trazer a vida de volta para onde você está.
Se o seu inimigo é o mundo, como eu posso enfrentar o mundo?
Odeio o modo como as pessoas são convencidas a viver. Não há justiça, não é mesmo? Não há misericórdia, nem Deus, nem felicidade.
Isso não deveria ser assim. Nada deveria ser assim. Mas que droga de mundo é esse, que mata os estudiosos de Ohara, que permite a exploração, que justifica a crueldade e incentiva o ódio?
Queria poder lutar ou fugir. Proteger as pessoas do sofrimento.
São tão tolos alguns sonhos...

Um por um eles vão se apagando. Como velas no escuro.
A noite entra pela janela.
A vontade de gritar cresce. Chorar, espernear.. De que adianta?

O céu está ali...
..E nós sem asas...




... Nunca é simples, não é mesmo?

2 comentários:

Artur disse...

Nem nunca será.

Ozzer Seimsisk disse...

O céu é o palco dos sonhos, não é? Com suas nuvens metamórficas, com seu azul infinito e seu cheiro de vida. Infelizmente por aqui as bordas do céu já têm marcas de ferrugem a anunciar desilusões... mas a esperança é uma coisa muito estranha, não é?

Essas asas, Cham... não pense que é impossível...