quinta-feira, setembro 14, 2006
Mellock, velho Tom e dois Charles Bosworth
Sabem a história que eu pûs aqui, da Mellock, que entra em Mnéias em busca de um Velho Tom? Deixem-me contar um pouco mais sobre ela...
Um dia eu resolvi contar uma história sobre a Mellock entrando em sonhos, em pesadelos e ilusões. Havia essa cidade que ficava no limiar entre o acordado e o dormindo e que (depois de ler Ismail Kadaré) colecionava nessa Torre central uma série de documentos sem importância alguma. Eram sonhos, imagens, pensamentos; recordações com o nome de todas as coisas, um mundo humano inteiro armazenado.
De dia a cidade vivia de um modo. De noite de outro. As pessoas usavam máscaras e disfaces para esconderem suas profissões e identidades. Haviam os Renegados, o garoto chamado de Mentiroso, o arquivista-mor e, claro, um tal de Tom. Que só apareceu na história como um mentiroso. Mas que havia morrido.
E que lugar melhor para se procurar um fantasma do que dentro de Mnéias? De repente lá estava uma desculpa para Mellock entrar nessa temível floresta, uma razão que ela precisasse procurar dentro dos sonhos. Ainda não sabia, e não sei, o que ela quer com ele.
Sei que essa história tinha que conter um mistério, que a linha condutora seria um enigma que Mellock tenta resolver. Talvez Tom seja o enigma. Não sei...
Mas sei que ela tinha um marido e que os dois parecem se misturar.
Fui um dia desenhar o Velho Tom. Pûs um nariz comprido, é claro, os olhos pequenos, o bigode grande por sobre a boca. Desci o lápis. Parei abismado. O Krystalian tem dessas coisas, sabe? Quando olhei para o desenho, que nem tinha pensado muito antes de fazer, percebi, como uma cócega estranha: Tinha desenhado o meu avô.
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Um comentário:
...
acho que sua relação (interna) com seus antecessores é ainda mais estranha do que costuma ser...
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