Meu pai, quando jovem, foi viajar para os estados unidos, conhecer os parentes e passear. Arranjou emprego em uma fábrica de velas, onde aprendeu a costurar e remendar velas para barcos. Um dia ele foi contratado para levar um barco de Nova Iorque até as Bahamas, para ser entregue ao cliente.
A viagem foi terrível, cheia de tempestades e tormentas, que desestabilizaram os outros tripulantes - um engenheiro elétrico que não conseguiu consertar os aparelhos que quebraram, um capitão meia-boca, alguns marujos e as esposas dos dois primeiros que ficaram doentes por toda a viagem - e assustaram o barco novo. Além do meu pai, só um dos outros marujos sabia como operar uma vela, o que vez da viagem um pesadelo acordado, em que a chuva e o escuro impediam-os de enxergarem perigos ou outros navios que passavam por esta rota. Com o perigo de baterem a qualquer momento, cresceu o nervosismo.
Como se nào bastasse, a tempestade os empurrou para fora da rota, direto para o Triângulo das Bermudas. Desesperado, o capitão tentou abandonar o navio e fazer os outros pularem em um Safety Raft para escapar de ir a pique. Meu pai e outros marinheiros tiveram que amarrá-lo ao mastro para que se acalmasse e não pulasse sozinho.
Depois de sobreviverem a tempestade incessante e ao Triângulo das Bermudas, conseguiram chegar às Bahamas e entregar o barco ao cliente.
Quem diria? Até hoje eu nunca havia ouvido essa história antes. Meu pai me contava sobre as aventuras do Tintin, do Arnold dos exploradores de Júlio Verne, mas nunca falou sobre as suas próprias aventuras, que eu agora descubro uma por uma, com surpresa.
Só descobri esta história porque a minha avó me mostrou um quadro pintado pelo meu avô, com um barquinho branco no centro de um grande rodemoinho colorido. Era meu pai, no Triângulo das Bermudas.
terça-feira, janeiro 02, 2007
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2 comentários:
essa de amarrar o capitão no mastro me lembrou da Odisséia, quando Ulisses tem que ser amarrado pra não se jogar às sereias.
Ah-ham.
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