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Quando tudo acabou choveu muito.
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Quando descemos lá embaixo, sentimos todo o peso da terra sobre nós, nos segurando, nos prendendo. Fomos adiante, apesar do medo, apesar de não entendermos. Naquele mundo lunar, era tudo de ponta cabeça, era tudo o inverso.
Seguimos a escadaria até Lhanoar, sem poder acreditar em algo quase impossível mesmo para a imagiação: a maior das cidades, pendurada por sobre um abismo, de cabeça para baixo.
Mirávamos o fim do mundo sobre - nossas cabeças? O som oco do ar, como uma garganta gigante ressonando, enchia o salão. Fumaça subia/descia do buraco que deveria ser o chão e a cidade que já tinha sido uma das capitais do mundo e agora era habitada por todo o tipo de monstros horrendos se dependurava no teto, como estalactite gigante, como casa de morcegos, como um mundo que deixou de existir a muitos anos e nos espreita selvagem do fundo da bocarra do universo.
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