quarta-feira, junho 20, 2007

Poucas lástimas



Não hesite!, gritou Faklam, e não teve tempo de se arrepender quando todo o seu mundo conhecido voôu pelos ares.

* * *

Aí a história começou em outro lugar. Passava pouco do começo do inverno.

O relógio de pêndulo acabou de assoviar seis horas, e cada objeto nesta sala parece reverberar em concordância. A professorinha de piano junta todas as folhas e se recolhe para o vestíbulo. Com muito cuidado, prende o cabelo e ajusta a saia. Iria, não iria? Quem sabe?
Ela espia o busto severo, esculpido com a cara de seu avô, que colocara entre uma preteleira e outra do armário. Sorri com a graça daquilo e indaga suavemente o rosto mineral de seu avô sobre o seu destino.
Abre a porta da frente e põe a bolsa sobre o ombro. Vira-se, tranca sua casa com cuidado (era uma pequena casinha branca na rua Elm, muito parecida com suas vizinhas, todas conjugadas) e desce os degraus assoviando. Resolve soltar o cabelo. Resolve esperar para fazê-lo depois. Ah, deixe; tanto faz.
Passa o verdureiro - será que choveria mais tarde? - sobe na calçada, dá um olá para o rapaz da livraria, segura mais firme as partiuras em sua mão esquerda.
Ela espera o ônibus e vai conversar com o Rei. Pede uma audiência.
A professorinha de piano queria uma música.

5 comentários:

Ozzer Seimsisk disse...

Hohoho essa também foi a minha favorita ^^

Charles Bosworth disse...

Talvez eu continue... com Gancche.

Ozzer Seimsisk disse...

Lol que idéia boa ^^ devíamos fazer disso uma tradição.

(ps.: não tente ler esse texto ouvindo Blind Guardian; é uma sensação muito estranha)

Ozzer Seimsisk disse...

Ah, cham, desculpa criticar, mas você podia ter adaptado a frase para ela concordar gramaticamente com o resto, né? Os tempos não têm nada a ver!

Anônimo disse...

eu não entendi....
ql a metafísica da professorinha?
XD