Há um tempo eu inventei uma teoria um tanto maluca e um tanto interessante. Esse (o título) é o nome dela.
Vamos supor a seguinte situação:
Estamos andando em uma rua - dentro de um filme ou livro, de preferência - quando de repente ouve-se o ruído de uma imensa explosão e o prédio ao lado irrompe em chamas e destroços. Todas as pessoas estão extasiadas, só podem olhar o vermelho do fogo causado pela bomba, admirados pelo súbito impacto.
Às vezes - e sou o primeiro a admitir que ela não funciona em todos os casos - podemos descobrir quem foi o culpado que colocou a bomba no prédio: basta usarmos a Teoria do Lado Oposto e olharmos para o outro lado. Ao invés de ficarmos observando o fogo devorar o prédio atacado, temos que prestar atenção na multidão que olha impressionada. Esse é o momento em que todos os vilões se sentem seguros, que se traem por não se supreenderem. Logo depois de um assassinato, quando todos estão nos "Ohs"! e "Ahs"!, com olhos unicamente para o cadáver, pode apostar que todo assassino dá um meio-sorriso cínico e divertido. Basta olharmos para o outro lado, onde o mágico não quer que reparemos, onde o truque se desenvolve. É atrás das explosões e purpurinas que os assassinos escondem sua verdadeira natureza.
Em todos os filmes, logo depois de destruírem um prédio com a bomba, os vilões sempre se viram e vão calmamente embora, tentando desaparacer na multidão, escapar da cena do crime. Sempre seguros, eles nunca suspeitarão que alguém não esteja olhando seu espetáculo e se entregam nem que seja por um segundo. Podem apostar na Teoria do Lado Oposto.
Aplicações:
Hoje, no onibus, pude presenciar uma cena engraçada. Quando paramos no farol, eu olhei pela janela e vi um cara sentado ao lado de uma barraquinha. De repente a sua música favorita (eu acho) começou a tocar em um radinho e o cara, grandão e de voz grossa, começou a cantar em voz alta o refrão animado. Logo ele se levantou e passou a dançar também; podem acreditar, foi um espetáculo engraçadíssimo, podíamos ouvir tudo o que ele gritava alegremente. De repente, me lembrei de olhar para o lado oposto e passei a reparar nas pessoas dentro do ônibus. Foi mais engraçado ainda. Elas estavam rindo, mas não queriam demonstrar muito e seguravam a risada. Descobri que isso era muito divertido: olhar pessoas distraídas com algum grande evento.
Até onde a Teoria do Lado Oposto pode determinar, ninguém no ônibus explodiu um prédio.
sábado, junho 09, 2007
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4 comentários:
Essa teoria não funciona muito bem. Quer dizer, é muito fácil fingir-se de vítima. Sem contar que tem aquelas pessoas que se divertem com acontecimentos estranhos (tipo explosões, etc) e que não ficam tão assustadas quanto o resto. E é muito fácil fingir-se de assustado até chegar em casa, entrar no banho para então soltar a risada maléfica...
será que essa teoria nos ajudará a desvendar o mistério da máscara javanesa?
Ha, ha, engraçadinha...
(acabo de descobrir que escritores adoram ser mimados ^^)
to com ela!
e a mascara?
bem bem bom... eu concordo com a sua teoria
sempre pratico ela! As vezes as pessoas olhando as coisas sao muito mais interessantes que a própria coisa....
faça isso mais vezes =D
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