Cai a chuva e ela é doce.
O sonho voa até bem longe, até as costas suaves do sul da Espanha, onde o mar e as pedras conversam durante a noite.
Ao se aproximar da cascata ele começou a ouvir os sapos e pererecas, rindo e coaxando na lagoa. Ele via uma hora ou outra o rápido movimento dos enxames de libélulas, dardejando pelas altas plantas aquáticas. A gruta estava lá, esperando por ele atrás da água da cascata.
Era sua imaginação ou ele ouvia um murmúrio vindo de dentro?
Seguiu os azulejos brancos dispostos na margem. Entrou na escuridão cálida e macia, detrás da água. O som dos sapos foi se afastando, afastando... E estava em uma gruta dentro da gruta.
No centro da sala, uma mesa. Em cima da mesa uma lamparina. A luz era fraca e amarelada, mas a casa era pequena. Esperando por ele estava a Iara. A feiticeira que já dispunha as cartas em cima da mesa e sorria.
- Olá.
Ele acenou com a cabeça.
- Sente-se, ela pediu. Apontava para o outro lado da mesa, através da lamparina. Ele caminhou bem devagar até a segunda cadeira. O som de seus pés nos azulejos brancos ecoava dentro da gruta.
Sentou-se. E pela primeira vez reparou em como os seus cabelos eram compridos.
quinta-feira, março 12, 2009
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