Retirado dos Analectos, compilação da filosofia de Confúcio (500 a.C.):
17.8 - O Mestre disse: "Zilu, já ouviste falar das seis qualidades e suas seis perversões?" - "Não." - "Senta-te, eu te contarei. O amor pela humanidade sem o amor pela aprendizagem degenera em tolice. O amor pela inteligência sem o amor pela aprendizagem degenera em frivolidade. O amor pelo cavalheirismo sem o amor pela aprendizagem degenera em banditismo. O amor pela franqueza sem o amor pela aprendizagem degenera em brutalidade. O amor pela coragem sem o amor pela aprendizagem degenera em violência. O amor pela força sem o amor pela aprendizagem degenera em anarquia.
Comentário do tradutor Simon Leys:
17.8 - O amor pela humanidade sem o amor pela aprendizagem degenera em tolice: quem duvida da permanente relevância desta observação deve observar as atuais momices da grande variedade de ativismos bem-intencionados mas ignorantes, tão em voga! A gentileza desinformada pode causar mais estragos do que a maldade deliberada. Por uma estranha lógica, porém, supões-se muito freqüentemente que a gentileza deva por si só implicar uma desobrigação automática de inteligência - considerando que estas duas qualidades estão de fato relacionadas. "A gentileza natural é rara, somente a inteligência pode gerar gentileza" escreveu Jules Renard (Journal, entrada de 5 de abril de 1903); a mesma idéia foi reiteradamente desenvolvida por Proust. E Unamuno repreendeu Cervantes por ter escrito que Sancho "era um bom homem, mas não tinha cérebro" - como se a gentileza e a estupidez fossem compatíveis: "Não se pode ser tolo e bom." (Miguel de Unamuno: Vida de Don Quijote y Sancho, I,7)
Não consigo apoiar um movimento social que comece parando com as aulas.
segunda-feira, junho 29, 2009
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Um comentário:
não podia concordar mais.
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