sexta-feira, outubro 30, 2009

My Life, Lost In The Wild

Ela tremia muito. Tava com medo, porque sabia que estava perdendo o controle. A magia fluia pelas suas mãos, para fora, para fora...
E em um segundo estava vazia. Dentro, era uma longa superfície.

Era uma vez... Gente estranha.

Programas New-Age Bizarros:
Um Link

Livros que voce nunca pensaria em encontrar até se deparar com eles na livraria:
Outro Link

Esse é o pior de todos:
Clique aqui.

terça-feira, outubro 27, 2009

King Harald in Constantinople

- King Harald: half-brother of the King of Norway, viking explorer that ended up working for the Varangi guard of the Byzantine Emperors. Later, he would regain Norway and die in the famous year of 1066 while trying to conquer England as well.
- Varangian Guard: Byzantium's viking army.
- Georgios: Byzantine general.


Este é um capitulo da Harald's Saga:

Once on an overland march they had decided to camp for the night near a forest. The Varangians were the first to arrive in the area, and they chose the best place they could find for pitching their tents; it was on the highest ground, for the terrain was rather boggy and the rain would turn the lower ground into a swamp ill-suited for camping.
When Georgios arrived and saw where the Varangians had pitched their tents, he ordered them to move their camps elsewhere, saying that he wanted to pitch his own tents there himself.
But Harald said, "If you arrive first at the night quarters, you would choose your own place and we would have to be content with pitching our tents elsewhere. In the same way, you can now camp anywhere you like - except here. I had assumed that it was a privilege of the Varangians here in the Byzantine Empire to be completely free and independent of all others, and to be beholden only to the emperor and empress to whom they owe their allegiance."
They argued this fiercely, until finally they seized their weapons and were on the point of coming to blows. But wiser men intervened and separated them, and said it would be more sensible for them to settle the matter by clear agreement once and for all, to prevent similar disputes arising in the future. So a peace meeting was arranged by the best and wisest men, and there it was agreed with the consent of all parties that lots should be thrown on to a piece of cloth and that the Greeks and the Varangians should then draw the lots to decide which of them should take precedence when riding or rowing or putting in at harbour or choosing the ground for their tents. And the decision reached by the drawing of lots was to be binding on both sides.
Now the lots were made. But before they were marked Harald said to Georgios, "I want to see how you are marking your lot, to make sure we do not mark our lots in the same way".
Georgios agreed. Then Harald marked his own lot and threw it in the cloth alongside the other. The man who had been chosen to draw the lots now picked one of them out and raised it aloft between his fingers and said, "The owner of this lot shall take precedence when riding and rowing and putting in at harbour and choosing the ground for his tents".
Harald seized his hands and snatched the lot away from him and hurled it into the sea. Then he said, "That was my lot that was drawn".
"Why did you not let everyone else see it?" demanded Georgios.
"We should look at the one that`s left" one man said. And when the remaining lot was examined, everyone saw that it had Georgios' mark upon it; so it was decided that the Varangians should take precedence in all the matters that were in dispute.
Many other disagreements arose between them, and Harald always got the better of it in the end.

sexta-feira, outubro 16, 2009

Etlyr no Fim do Mundo



O fim do mundo era um rio de fogo e uma cabana onde morava uma bruxa.
Ela voou até lá com o vento sudeste, que tinha a forma de um cáo com olhos do tamanho de pires.
Voou de volta com o vento noroeste, que tinha a forma de um tigre com olhos de prata. Nas máos trazia um colher pequena e delicada.
Voltou até Esperanza. A cidade que fica na beira do mundo e onde todos perderam os sonhos. Náo há nada lá. Só pessoas perdidas que náo consegue voltar para casa. E o Abismo Negro que impede as pessoas de seguirem pelo céu.
- Eu trouxe a colher de prata - ela disse - E eu trouxe o vento norte - que tinha a forma de uma serpente com coxas de ouro - Entáo por favor me escutem!
Em Esperanza é sempre crepúsculo.
E o mundo é sempre muito longe.


Um dia o Vento Sul sopraria o Abismo Negro para longe e traria o sol de volta para a cidade sem sonhos.
Mas essa já é outra história...

quinta-feira, outubro 15, 2009

O Fim do Mundo II

Eltyr e Haccu chegaram no Fim do Mundo.
- E se essa nao for a nossa história? Digo, essa nao deve ser a nossa hsitória

Gamma e Haccu chegaram no fim do mundo.
Havia um rio de fogo e uma cabana. E só. Esse era onde o pântano e o mundo terminavam.
Aí eles entraram na cabana. Na beira do fogo só havia um homem. Ele parecia cansado. Todos os mecanismos e estátuas dependurados em todas as paredes da pequena cabana também pareciam cansados.
- Eu sou o Homem Santo - ele disse - E fazem muitos anos que ninguém me vê. Os homens-lagarto e as mulheres-cobra são inteligentes e sabem que devem me evitar. Nós nunca nos encontramos porque eles nunca vem ao vimdomundo.
- Fim do Mundo - corrigiu Haccu, inintencionalmente.
- O que voces veem?
- O que nós viemos fazer aqui? - Gamma perguntou.
- Nao. Nao foi isso que eu perguntei. O que voces veem?
- Ah, voce quer dizer... - Haccu comecou a dizer
- Nao precisa explicar também - disse o Homem Santo - É só responderem. Que droga! Só digam o que estão vendo nesta minha casa! Não é tão difícil, não é nada. Merda, esperei anos por dois imbecis.
- Eu vejo estátuas - disse Haccu, sempre pronto para corrigir suas faltas
- Isso... - disse o Homem Santo - Voces veem estátuas. Muito bem, o que mais?
- Esquece essa besteira. A gente quer saber onde está o templo. - disse Gamma.
- Certo... Olha garota, eu estive aqui por anos... Voce poderia ao menos ter algum respeito por mim, sendo mais velho e tudo o mais. Olha, quero dizer, eu sou um sábio, porra. Eu vivi anos nessa cabana esperando por voce, trabalhando na merda dos bonecos e mecanismos. Eu mereço algum respeito, não mereço?
- Tá, sinto muito.
- Claro, sem problema. Voce é a Escolhida, então eu vou aquitar todas as suas ações. Sim, eu falei aquitar. Algum problema? Como se um velho numa cabana não pudesse ter a porra de um bom vocabulário.
- Eu não... - Haccu ia...
- Eu sei, eu sei. Voce não tinha a intenção. Olha, que merda, eu nem sou tão velho assim. Meu nome é Muhammad. E eu realmente amo meus mecanismos. E, olha, eu só estou dizendo isso porque voce é a Escolhida e tal... Eu gostei de voces, sério mesmo. Eu nunca contaria isso para ninguém, então é melhor aproveitar a chance e dizer tudo o que eu queria dizer na vida agora. Assim não tenho que me preocupar, não é? Sei lá, isso não tá fazendo muito sentido.
Gamma puxou uma cadeira e se sentou de frente para o Homem Santo.
- O seu amiguinho não vai querer se sentar?
- Deixa - disse Gamma enquanto Haccu puxava uma cadeira também - Eu sei que dá vontade e é até bem fácil provocar ele. Mas ele é legal, sério.
O Homem Santo deu de ombros
- Eu amo meus mecanismos. É isso o que eu queria dizer. A minha vida inteira pode ser resumida em uma frase assim. Eu amo essas drogas de máquinas e pequenos bichos de metal. E falo sério: até abandonei uma garota por causa deles. Mesmo. Ela era bonita e tudo o mais, uma garota legal. Mas isso foi a muito tempo. Deixa pra lá; eu fiquei com eles, então acho que tudo bem.
- Voce se arrepende de te-la abandonado? - Haccu perguntou.
-Porra, que raio de pergunta é essa? Voce é imbecil ou algo assim? Não se pergunta esse tipo de coisa. Bom, mas sim. A resposta é sim. Me arrependo todo dia, mas não sei se eu tinha muita escolha, não é mesmo. Eu era jovem e estúpido, então tudo bem. Mas escolhi uma coisa que jovem estúpidos não escolhem. Nunca senti que tinha muita escolha mesmo. É como se eu me arrependesse, mas não tem mais nada que eu podia ter feito.
- Tá... - disse Gammma - Tá, acho que entendo. Ser escolhida é uma droga também.
O Homem Santo sorriu.
- Eu sei.
Gamma sorriu sarcasticamente
- Deixa eu adivinhar... Nao sou a primeira.
- Não - ele sorriu de volta - Mas é a mais bonita.
Haccu já estava achando essa conversa estúpida.
- Enfim, onde eu estava? Ah é, em lugar nenhum. Minha conversa não tem nenhum ponto, então não importa de onde eu comece mesmo... Eu amo essas máquinas. Já falei isso. Vou até repetir mais uma vez: eu amo esses imbecis!
Ele abriu os braços, abriu o sorriso, mostrando até com os olhos arregalados as incríveis coisas dependuradas.
- Eu posso consertar qualquer coisa que esteja quebrada! Eu posso substituir uma criatura por peças!
- Voce pode construir um ser vivo?? - Haccu perguntou
- Não. Nunca consegui criar a vida. Mas posso pegar um ser já vivo e transofrma-lo em máquina completa! Já pensou em tentar? Posso te ressucitar se voce morrer. Voce já morreu? Quer tentar? Eu posso te trazer de volta, eu realmente posso!
Gamma movia a cabeca de um lado a outro
- Isso é mesmo fantástico. Mas não. Mantenha essa chave de fenda desse lado. Eu nao quero virar um maldito robô e já tive mortes o suficiente por uma vida. Obrigada, eu vou ficar como estou.
- Então... O que voces querem?
- A Boca.
- Sim! EU posso abri-la para voces.
Gamma permaneceu sentada e estudava o rosto do Homem Santo.
- O que aconteceu com as outras Escolhidas? Voce abriu a porta para elas também? O que elas fizeram que nao conseguiram terminar a missão?
O Homem Santo ainda sorria. E mais ou menos seu sorriso se deformava em uma cara feia.
- Elas foram devoradas.
- Uma piada, é com isso que voce me responde?
- Uma merda de uma piada - ele diz, desta vez sorrindo de verdade - SIm, é só isso que eu tenho para oferecer. Eu sinto muito.

sábado, outubro 10, 2009

Who comes by Fire?


I Am He Who Is.

And with Music Loud & Long... I would build that World in Air!

"That sunny dome, those caves of ice!
And all who heard shall see them there.
And all shall cry beware, beware!
His flashing eyes, his floating hair
Wave a circle round him thrice
And close your eyes in holy dread
For he on honey-dew hath fed
And drank the milk of Paradise"
(Kubla Khan, Coleridge)


A Torre, essa foi a história desses dias.
Eu quero contar tudo.


Então eu me desenhei.
Mas não sabia que era eu. Quer dizer, quando estava desenhando "O Homem que Construiu a Torre" eu sabia que estava desenhando um personagem que nunca tinha sido desenhado antes, mas que era a pedra fundamental, ao menos para o fim, da minha história.
(mentira, desenhei ele uma vez quando era criança. Foi um pouco perturbador para minha mãe, ver um homem feito de sombra no desenho de seu filho. Foi a única vez que O desenhei e ele não tinha figura).
(com O maiúsculo - por que não? Ele é um Deus afinal).

E página após página do meu caderno de desenhos eu fui desenhando-O.
Em volta de outros desenhos, no meio da minha vida. Ele foi crescento nas lacunas das coisas. No começo era um desenho indefinido, era um homem envolto em sombras, como foi da primeira vez. Ele era só a curta descrição que Penélope faz dele na porta de sua casa. E ele tinha os Olhos.
Desenhava vez e vez formas diferentes do "Homem que Construiu a Torre". Ao redor, Penélopes e Sarks, que, tendo convivido com "O Homem que Construiu a Torre" nas histórias que já escrevi, podiam talvez dar alguma pista de como ele deveria ser desenhado. E sabia que estava desenhando algo importante. E sabia que estava desenhando alguém que eu conhecia, como havia desenhado meu avö antes. No começo achei que podia ser meu pai. Era uma idéia interessante, o Krystalian como missão de libertação e reintegração com meu pai.

- Torre é o Krystalian.
- Torre é um objetivo impossível, uma construção perfeita.
(é um sonho, é uma pessoa que não se tem)

Mas não, eu estava era me desenhando.

- Torre são as características deste homem, que podem tão bem me descrever também:

Ele deseja a Glória.
Ele se esforça para ser melhor do que todos os outros homens. Mas para ajudar todos os outros, é claro.
Ele é Orgulho.
Ele acha que está quebrado, mas que se for forte o suficiente pode consertar tudo o que está errado.
(mandei uma carta para a Camilla um dia, confessando meu desejo de consertar "tudo o que estava errado" e ela respondeu "mas está mesmo tão errado assim?" e eu não entendi. Não entendi como ela podia não ver?)

- A Glória é o Alto da Torre.
(por que dessa vez ele acredita que pode evitar o castigo de Deus sobre Babel?
Porque ele mesmo viraria um Deus no fim de seu projeto?
- Torre é ser deus.
Ah sim, ele acreditava que sobreviveria porque a Torre seria perfeita, seria o Palácio Oceanico, seria o Sistema do Mundo.

"...And the Tower was so perfect that it even had the Silver Blade."
- Silver Blade é a Guilhotina de Prata da história da Lyra.
Eu queria construir uma torre que me matasse no final. Porque seria uma torre tão perfeita que inclusive se libertaria da torre. Seria tudo.
E eu planejei minha morte pela Torre. Por que o Krystalian é sobre as pessoas que derrotam a Torre, então tinha que me derrotar para construir a minha Torre.





Mas... eu não queria me matar!
Eu não queria mais querer sofrer.
Eu não queria mais fazer planos que me machuquem só porque, no fundo, eles são apontados para machucarem outra pessoa.



O Fim.
- O Fim é quando nada disso faz mais sentido.



Gente, isso foi muito difícil de se escrever.
Eu odeio vocës. Por estarem sempre um passo na minha frente.





Estou tentando pensar em como isso tudo acabou.
Mas eu me lembro de alguém que um dia me disse:
todo mundo tem um problema na vida. Para cada um é diferente e envolve diferentes coisas. E esse problema é sempre o mesmo durante toda a sua vida. Todo mundo enfrenta sempre a mesma coisa, sempre a mesma parte de si a vida inteira.
E acho que é verdade.
Mesmo que agora me sinta livre, eu estou tendo muita dificuldade de contar sobre como meu medo acabou. Porque eu acho que ele ainda não acabou. E nunca vai acabar. Meu Nemesis Eu Mesmo vai sempre existir e nem sempre eu vou lutar.





Agora.
Agora quero ser Haccu.
Quero ser a outra parte de mim que não liga para isso.
Quero ser feliz.
Quero "ficar pra trás,
perder o trem e esperar na chuva
e o próximo nunca chegar
Você me disse que eu ia ser forte
agora que eu sou forte eu não quero lutar
dinheiro, sucesso, tudo isso é mentira
carreira, currículo, tudo isso é mentira
Você vai vencer na vida, eu vou ficar pra viver
Você vai ser feliz, você vai ser genial
eu vou ser uma pessoa normal
vou viver cada dia do jeito que eu quiser
Vou viver o máximo que eu puder
Você que vai ser uma profissional
Você que vai pagar os seus estudos
Você que não vê que nada disso é motivo pra esquecer
Você que quer ser o SuperHomem, você que quer ser Deus!
De vez em quando até esqueço de você."


Acho que o poema logo abaixo diz tudo.

Down By The Salley Gardens

W.B.Yeats

Down by the salley gardens my love and I did meet;
She passed the salley gardens with little snow-white feet.
She bid me take love easy, as the leaves grow on the tree;
But I, being young and foolish, with her would not agree.

In a field by the river my love and I did stand,
And on my leaning shoulder she laid her snow-white hand.
She bid me take life easy, as the grass grows on the weirs;
But I was young and foolish, and now am full of tears.

sexta-feira, outubro 09, 2009

Across the Moon

Across the moon
The good souls go.
So lonely in the dark.

While down here,
The man with dark-voided eyes
Is building his Tower.

When will I ever see you again?

terça-feira, outubro 06, 2009

The Multi-Monster

The Jungle Wing
Do Beat like Hearts
On the Monstruous thing
Made of Monstruous Parts.

He is a Jaguar, for I can see
Mighty colours behind the tree.
He is an Eagle, for I can hear
A feather flutter always near.

He is a Snake, for I can feel
His silly slithering upon my heel
He is a Wolf, for he can smell
Pursuit my scent in growling yell.

He is it all, he is the Jungle
A monster thing, a monster bundle
A cat & hare and sparrow & fish
All together in frightful mix.

He is my father, son & prey
All together he rise & lay.
The Multi-Monster I swore to kill!
I hunt him now and forever will.

I chase so frightened my mighty foe
Pursuing shadows I seem to go.
How can I know if he's been caught?
What is him and what is not?

Last night a dream, so dark I dreamt!
I was a claw, a paw, a fang
Just a cleavage of his soul
Just a finger, a tail, a toe!

Have I noticed? Have I seen?
My gentle Heart beats like a Wing.
I'm a Monstruous Part,
Of the Monstruous Thing.

segunda-feira, outubro 05, 2009

A Estrada de Sangue - A História

Achada raspou suas máos ásperas em seu pescoco. Saboreou com os dedos sua pele. Sentiu devagarzinho as rugas e dobras e várias ondulacóes que a idade lhe trouxe. Vestia apenas colares e pulseiras.
Cantou a cancáo antiga, sentindo-se louca.
Estaria? So podia ser, náo é mesmo? Digo, ela deveria estar louca. Dancando ali, no meio da floresta, longe e mais longe de qualquer pessoa. Vocé viu também, os seus olhos, quando Achada pegou a cabaca e passou devagarzinho o seu dedo enrugado naquele liquido vermelho e viscoso. O dedo pingava do liquido vermelho! Os olhos dela cresceram e enlouqueceram. Ela ouvia coisas que nós náo ouviamos!
Vocé disse que deviamos achar uma outra pessoa para lhe fazer companhia. Um outro que cuidasse da velha Achada e lhe desse de comer, de dormir e de cantar. Mas e quem teria vontade de sair da clareira naquele momento? Todos queriam ver o que a velha ia fazer. Ninguém se moveu, ninguém foi chamar uma pessoa nos vilarejos distantes.
Ela já náo tinha nem forcas para cantar. Aspirava o ar cansada. E foi assustador quando achada comecou a cobrir seu corpo com o sangue da cabaca.
Sangue, sangue, sangue.
Achada enlouquecida. As pessoas eram enlouquecidas.
E nós, os mortos, os anti-pessoas, só podiamos olhar fascinados ao que ia acontecer.
Tudo dentro da cabeca dela, voce se lembra? Quase podiamos ver sua loucura, que crescia como fumaca. Essa fumaca escura tornava as árvores viscosas, cobrindo-as com um óleo repugnante. A floresta comecou a perspirar cera. Os insetos morriam nos troncos das árvores, as patinhas ainda estendidas para cima, paralisados pela loucura que escorria do céu.
A estrada de sangue se abriu no corpo da velha. Era uma linha vermelha e comprida que ela desenhara em sua pele e que seguia e seguia ao longo dos seus membros. Depois de desenhar a estrada ela dancou. A danca abriu o caminho e Achada comecou a percorre-lo dentro de si.
Nós viamos. Ela ia na direcao do enorme buraco escuro que temos dentro de nós. É o buraco onde nós terminamos e ao qual todos estamos combinados. Achada se jogaria em todo-mundo, na parte de si que era a mesma em todas as pessoas, no abismo que liga os homens e mulheres do mundo e sobre o qual eles náo podem pensar...
Em sua loucura ela era uma miniatura de si-mesma, andando em sua pele, subindo e descendo suas coxas, perseguindo a trilha vermelha.
E a estrada de sangue a levou até

quinta-feira, outubro 01, 2009